A convivência com animais de estimação
Ayrton Mugnaini Jr.
Não faltam demonstrações do bem-estar que a convivência com pelo menos um cão faz ao ser humano – bem-estar não só emo
Não faltam demonstrações do bem-estar que a convivência com pelo menos um cão faz ao ser humano – bem-estar não só emo
cional, mas também físico. Há poucas coisas melhores que chegar em casa e ser recepcionado por latidos de reconhecimento (é ótimo como cães “escutam” a presença do dono mesmo estando ele ainda do outro lado da rua), um rabo abanando, um cheiro na perna ou um pulo daqueles que fazem a glória de Dino, o cão-dinossauro dos Flintstones.
Tem ainda a atenção que ele presta quando lhe contamos nossos problemas ou prazeres – todos conhecemos alguma história de amigo que nos ajudou muito a resolver algum percalço só de ouvir atentamente quando lho contamos, e o cão é ideal para esse papel. Sem falar no bem que ele fez para a auto-estima e senso de responsabilidade de seus donos (pense em como é melhor e mais positivo passar horas interagindo com o peludo que, por exemplo, assistindo a filmes bobocas ou fuxicando ao telefone). Além disso, a mera presença de um ser vivo e eterno crianção, sempre pronto a, conforme as circunstâncias, ouvir, brincar ou passear, basta para diminuir boa parte da tensão emocional e até reduzir estresse e complicações devidas a problemas cardíacos.
Tem ainda a atenção que ele presta quando lhe contamos nossos problemas ou prazeres – todos conhecemos alguma história de amigo que nos ajudou muito a resolver algum percalço só de ouvir atentamente quando lho contamos, e o cão é ideal para esse papel. Sem falar no bem que ele fez para a auto-estima e senso de responsabilidade de seus donos (pense em como é melhor e mais positivo passar horas interagindo com o peludo que, por exemplo, assistindo a filmes bobocas ou fuxicando ao telefone). Além disso, a mera presença de um ser vivo e eterno crianção, sempre pronto a, conforme as circunstâncias, ouvir, brincar ou passear, basta para diminuir boa parte da tensão emocional e até reduzir estresse e complicações devidas a problemas cardíacos.
Também não faltam provas cabais de tudo isso. Por exemplo, uma pesquisa científica feita na Suécia em 1991 e 1996 com exatamente 1649 crianças a partir de sete anos concluiu que as felizardas donas de animais de estimação desde o primeiro ano de vida estavam menos sujeitas a asma e rinite alérgica. Outro estudo similar feito nos EUA com 1246 crianças acompanhadas do nascimento aos 13 anos de idade concluiu em 2001 que “crianças morando em lares com um ou mais cães dentro de casa [ou seja, não simplesmente largados em quartinho ou quintal, mas realmente convivendo com os donos] desde o nascimento tiveram menos probabilidades de desenvolver respiração ofegante crônica do que as que não tinham cães dentro de casa” e “a exposição a cães na primeira infância pode prevenir o desenvolvimento de sintomas de asma, pelo menos em crianças de baixo risco sem histórico de asma na família”.
Outro estudo estadunidense, publicado em 1995, concluiu que “a posse de animais de estimação proporciona uma oportunidade de melhorar a saúde. Um bicho pode se tornar estímulo para fazer exercícios físicos, reduzir a ansiedade e proporcionar um foco externo de atenção. Animais de estimação são também uma fonte de contato e conforto físico e podem reduzir a solidão e a depressão, além de proporcionar um estilo de vida interessante. Embora as provas disponíveis estejam longe de ser consistentes, pode-se concluir que, em alguns casos, relacionamentos de longo prazo com animais podem moderar variáveis fisiológicas primárias, particularmente pressão sanguínea.” Agora veja o que é ainda mais interessante nesta pesquisa: “Os resultados se mostraram mais coerentes em estudos onde animais foram adotados pelos donos como parte do procedimento.” Resumindo numa só frase: adotar é tudo de bom... e mais um pouco.
Obviamente, aqui no Brasil também temos mais demonstração dos benefícios que os cães nos proporcionam. Que o diga a jornalista e musicista Rosa Freitag, que mora em São Paulo com a filha (Melanie, doze anos), o marido (Mário Faria, músico e advogado), uma gatinha vira-lata apanhada na rua há dois anos e uma bela dupla de Golden Retrievers, Jackie e seu filho Johnny. “Mário sempre chega em casa do trabalho e fica feliz com a recepção sempre animada dos dois”, conta Rosa. “Aliás, é só ficar dez minutos longe que eles recebem como se a pessoa estivesse desaparecida há dez anos...” Rosa lembra ainda dois outros grandes benefícios trazidos pela dupla: “Minha filha dorme tranquila sabendo que os dois cães estão montando guarda, e eu mesma tenho muita segurança graças à presença deles. E Melanie sempre se preocupa com a saúde deles... Se observa uma coceira ou tossida, fica preocupada como a mãe de uma criança.”
Isso mesmo: cães, além de sempre prontos a devolver o carinho e atenção que lhes damos, ajudam a desenvolver em seus donos mais jovens o já mencionado senso de responsabilidade.
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